quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Normas sociais

Ainda sobre normas sociais, na página do blog Café com Sociologia, a postagem "O que são normas sociais?" de Cristiano das Neves Bodart, trata as normas sociais como um fenômeno social que só existe em comum acordo entre os indivíduos de um determinado grupo e as explica com base em alguns sociólogos. Ele traz como exemplo a música “O que acontece na balada”, na qual é possível observar uma norma imposta ao grupo: o sigilo. No link abaixo é possível ver a postagem completa e a música também: 
http://www.cafecomsociologia.com/2015/04/o-que-sao-normas-sociais.html

As normas nos grupos

Todos os grupos estabelecem padrões aceitáveis de comportamento que são compartilhados por todos os membros do grupo, ou seja, normas. Elas dizem aos membros o que eles devem ou não fazer em determinadas circunstâncias e o que se espera que a pessoa faça em certas situações.
As normas são padrões ou ideias comuns que orientam o comportamento dos membros de um grupo. Em alguns casos as normas são formalizadas e em outros casos não são regras escritas, mas que os grupos aceitam e passam a agir de acordo com este padrão. É comum esperar que os membros de um grupo ajam no sentido de corrigir qualquer desvio ou comportamento não condizente com as normas estabelecidas.
Quando aceitas e acordadas pelos membros do grupo, as normas agem como meios de influenciar o comportamento dos indivíduos com um mínimo de controle externo, elas são diferentes para cada grupo, comunidade ou sociedade, mas todos as têm.
As normas de um grupo de trabalho são únicas. Mesmo assim, de acordo com Robbins, existem algumas classes comuns de normas que aparecem na maioria dos grupos:
Normas de desempenho: é, provavelmente, a classe mais comum. Os grupos no trabalho normalmente fornecem a seus membros orientações explícitas sobre quanto empenho deve ser colocado no trabalho, como as tarefas devem ser executadas, o nível de resultados esperado, o nível adequado de atrasos e assim por diante. Essas normas são extremamente poderosas na influência que exercem sobre o desempenho individual do funcionário — elas são capazes de alterar significativamente a previsão sobre um desempenho feita antes com base apenas na habilidade e no nível de motivação do funcionário.
Normas de aparência: elas incluem aspectos como a forma correta de se vestir, a lealdade ao grupo de trabalho ou à organização, quando se mostrar ocupado e quando é aceitável tirar uma folga. Algumas organizações possuem regras formais para o vestuário. Contudo, mesmo quando não há regras formais, as normas geralmente ditam as roupas que devem ou não ser usadas para trabalhar. Da mesma forma, aparentar lealdade é importante, especialmente entre os funcionários altamente qualificados e os dos escalões superiores. Desta forma, frequentemente é considerado inapropriado procurar abertamente por outro emprego.
Normas de organização social: elas se originam nos grupos informais e regulam as interações sociais dentro do grupo. Com quem os membros costumam almoçar, suas amizades dentro e fora do trabalho, os jogos sociais — tudo isso é influenciado por essas normas.
Normas de alocação de recursos: essas normas podem se originar no grupo ou na organização e se referem a aspectos como remuneração, designação de tarefas difíceis e alocação de novas ferramentas e equipamentos.
Fontes:
ROBBINS, STEPHEN P. Comportamento organizacional. 11. Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

No vídeo abaixo podemos notar a importância dada às normas de aparência no ambiente de trabalho.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Status do grupo

Nesta postagem falaremos sobre o status do grupo...
O status é uma posição social definida ou atribuída pelas pessoas a um grupo ou a membros de um grupo, que permeia todas as sociedades. O status é um importante fator para a compreensão do comportamento humano por ser um motivador importante e por sérias consequências comportamentais quando os indivíduos percebem uma disparidade entre o status que acreditam possuir e aquele que realmente têm.
Diferenças nas características geram hierarquias de status dentro dos grupos. O status tende a se derivar de três fontes: o poder que uma pessoa exerce sobre as outras; a capacidade de uma pessoa de contribuir para as metas do grupo; e as características pessoais do indivíduo.
Os indivíduos que controlam os resultados de um grupo por meio do seu poder são percebidos como possuidores de um alto status, isso por terem o controle dos recursos do grupo.
Uma característica valorizada em um determinado grupo pode não ser valorizada em outros grupos. Por exemplo, a inteligência pode ser valorizada em um grupo de intelectuais, mas pode não fazer tanto sucesso em um time de futebol.
Status e normas
O status pode causar alguns efeitos interessantes sobre o poder das normas e das pressões para a conformidade. Os membros do grupo que gozam de maior status costumam ter mais liberdade para se desviar das normas que os demais e demonstram mais resistência às pressões para a conformidade. Um indivíduo altamente valorizado pelo grupo e que não se sente particularmente atraído pelas recompensas sociais oferecidas por ele é especialmente propenso a não prestar muita atenção às normas.
Status e interação grupal
A interação entre os membros dos grupos é influenciada pelo status. As pessoas com alto status tendem a ser mais assertivas, se expressam mais frequentemente, fazem mais críticas, impõem mais ordens e costumam interromper os demais membros. Já aqueles com menor status tendem a ser menos participativos nas discussões. As diferenças de status inibem a diversidade de ideias e a criatividade nos grupos, o que pode reduzir o desempenho geral do grupo.
Equidade do status
Quando a hierarquia de status é percebida como injusta, gera-se um desequilíbrio que resulta em vários tipos de comportamento corretivo. As pessoas esperam que a recompensa faça jus ao custo incorrido. Quando achamos que há uma injustiça entre a posição ocupada por uma pessoa e as mordomias que ela recebe da organização, experimentamos uma incongruência de status. Podem existir incongruências de remuneração, de cargos, de promoção, etc. Os grupos geralmente têm um consenso interno quanto aos critérios de status, existindo assim amplo acordo sobre a hierarquia dos seus membros. Entretanto, as pessoas podem enfrentar situações de conflito quando se movimentam de um grupo para outro, em que os critérios de status são diferentes ou quando se juntam a grupos cujos membros têm históricos heterogêneos. Em grupos formados por indivíduos heterogêneos, ou quando grupos heterogêneos são forçados a ser interdependentes, as diferenças de status podem dar origem a conflitos quando se tenta reconciliar e alinhar as hierarquias diferentes. Isto pode ser um problema quando os executivos criam equipes de trabalho formadas por funcionários com diferentes funções dentro da organização.
A importância do status varia entre as culturas e as diferenças culturais afetam o status. Os países diferem em relação aos critérios que determinam o status.
Fonte: ROBBINS, STEPHEN P. Comportamento organizacional. 11. Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
O artigo “Rede Social e Comportamento de Grupo no Comitê do Rio Santa Maria: Facilitadores ou Dificultadores da Ação Coletiva?” de autoria de Lúcia Rejane da Rosa Gama Madruga e Tania Nunes da Silva estuda o comportamento dos grupos nas organizações emergentes no contexto da participação pública e tem como um dos objetivos identificar o status de cada um dos componentes no grupo. O estudo ressalta aspectos como o status dos integrantes, a configuração estrutural, o processo de comunicação, a liderança e a diversidade. Elas concluem o estudo destacando “a importância da organização informal e da dinâmica das lideranças emergentes na facilitação da integração grupal, assim como a potencialidade para o aproveitamento da experiência e vivência das lideranças emergentes na integração dos indivíduos isolados ou isolados em potencial”.

Os papéis no grupo social

Os membros de um grupo tendem a um constante movimento de criar e desempenhar papéis, individualizando seu modo de participar em determinado processo grupal. Os papéis determinam padrões comportamentais esperados de acordo com a posição em uma unidade social e podem interferir nos resultados do grupo pelo fato de as pessoas adotarem padrões comportamentais influenciadas pela percepção acerca do papel que devem desempenhar. Em atividades de grupo, os membros tendem a um constante movimento de criar e desempenhar papéis individualizando seu modo de participar em determinado processo grupal. O papel desempenhado, não é fixo, podendo ser substituído por outro no decorrer do grupo. No vídeo abaixo, podemos entender melhor os papéis no grupo social.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Estrutura do grupo

Nesta postagem veremos a estrutura que modela o comportamento dos membros de um grupo, por ela é possível prever e explicar parte do comportamento dos indivíduos e o desempenho do grupo como um todo...
Cada membro do grupo desempenha um papel – entendamos papel como um conjunto de padrões comportamentais esperados de alguém. Todos nós desempenhamos diversos papéis e nosso comportamento varia de acordo com eles (por exemplo: João é funcionário da empresa XYZ, membro da gerência nesta empresa, chefe de Marcelo, marido de Maria, pai de Joana, amigo de Joaquim...). Um dos aspectos da compreensão do comportamento é perceber qual papel certa pessoa está desempenhando em determinado momento.
Determinadas atitudes e comportamentos efetivos criam a identidade do papel. As pessoas trocam rapidamente de papel quando percebem que uma situação pede mudança.
A visão que temos sobre como devemos agir em uma determinada situação é a percepção do papel. De acordo com a forma que achamos que devemos nos comportar, assumimos certos tipos de comportamento. Essas percepções veem dos estímulos que nos rodeiam (amigos, livros, filmes, televisão).
As expectativas do papel são a forma como os outros acreditam que devemos agir em determinada situação. A forma como nos comportamos é determinada em grande parte pelo papel definido no contexto em que você age.
O contrato psicológico define qual a expectativa de comportamento que acompanha cada papel. Em uma empresa, existe um acordo tácito entre os empregados e seus empregadores, o contrato estabelece o que os empregadores esperam de seus empregados e vice-versa. Geralmente, quando as expectativas não são atendidas, há alguma forma de punição.
O conflito de papéis acontece quando um indivíduo se confronta com diferentes expectativas associadas aos papéis que desempenha, ou seja, quando a pessoa percebe que o compromisso com um papel pode tornar difícil o desempenho de um outro. Pode-se ter uma situação em que dois ou mais papéis são contraditórios.
Fonte:
ROBBINS, STEPHEN P. Comportamento organizacional. 11. Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.


Com o artigo “Conflito de papéis entre os domínios da família e do trabalho”, de Marli Appel-Silva, Irani Iracema de Lima Argimon e Guilherme Welter Wendt podemos aprofundar um pouco nosso estudo sobre os papéis. O trabalho analisa o processo de transição entre os domínios do trabalho e da família, apoiando-se na melhor compreensão da interface trabalho-família.
Fonte:
APPEL-SILVA, Marli; DE LIMA ARGIMON, Irani Iracema; WENDT, Guilherme Welter. Conflito de papéis entre os domínios da família e do trabalho. Contextos Clínicos, v. 4, n. 2, p. 88-98, 2011.